Carta aos paroquianos - Comemoração de todos os fiéis defuntos

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Queridos paroquianos,

Hoje, 02 de Novembro, a Igreja celebra a comemoração de TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS. Certamente é um dia de saudades afetuosas. Para alguns, um dia de recordações dolorosas, para outros, um dia de incompreensão da nossa frágil situação, para outros, um dia de esperança.

Neste sentido, celebrar o dia de finados nos coloca diante do mistério da vida por meio do qual só o compreendemos completamente com os olhos da fé e da esperança. Sim! O homem é feito de esperança e, por isso, antenado não somente com o mundo horizontal. O olhar inclinado de Jesus na cruz revela nosso limite humano, e com nosso olhar em sua direção, encontramos a verticalidade da nossa esperança e da nossa limitação. 

Mas por que sentimos medo diante da morte? Porque todos nós sentimos medo do nada. A morte nos coloca diante do nada. Nada daquilo que construímos conta, e nada daquilo que nos espera, sabemos. Assim, vivemos na insegurança do nada e na angústia da certeza: a da morte! 

Mas, isso ganha um novo sentido de gratidão se olharmos para a morte com os olhos da fé. Não apenas com os gritos de desesperos. A morte, ela foi enxugada e tirada todo o seu veneno na ressurreição de Cristo. A morte foi vencida por Cristo. Deste modo, ela se torna, agora, a possibilidade de transformação da nossa vida vivida, como nos recorda o prefácio dos fiéis defuntos: “para os que creem a vida não é tirada, mas transformada (Pref. Fiéis def. I)”.

Esta mesma possibilidade revela-nos uma situação-limite: a morte é uma situação da nossa vida que manifesta nossa impossibilidade e limites do nosso existir. Sendo assim, aquilo que rasga nossa vida, ao mesmo tempo, abre a porta para nossa eternidade. Graças a isso, saímos do nosso mundo pequeno e adentramos na vida eterna. Uma vida que não é provisória, limitada, envenenada e dolorosa, mas preenchida da esperança eterna, verdadeira e segura.

Rezemos pelos nossos entes queridos, renovando nossa coragem e a fé, convictos que, por trás desta vida presente não existe o nada, existe um Deus que nos espera com os braços abertos, e com um olhar inclinado cheio de misericórdia.

Com o coração aberto,
Padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho
Pároco

Paulistana, PI, 02 de Novembro de 2018

Comemoração de todos os fiéis defuntos

Publicação e Edição: Maciel Sousa/PASCOM